PIROCAS, BUCETAS E CUS VOADORES.



Este que vos escreve considera dispositivos intermediadores da fornicação presencial como, scruff, tinder, grindr dentre outros de suma importância para o futuro da compreensão humana enquanto ser. Pauto essa teoria escrita aqui levianamente na crença do fim da pornografia como segmento marginalizado da cultura e diluição de seu preceitos, ideais, motivos e principalmente ângulos em todas as esferas da cultura, arte e quiça cotidiano.
Penso que talvez a ideia do livre coito em vias públicas possa soar selvagem e um retrocesso civilizatório, mas tais pensamentos difundidos nesse humilde texto e em bocas e mentes de grandes seres pensantes pelo mundo a de se fazer lógica e sentido em um futuro próximo.


Podemos ver em obras musicais direcionados ao público considerado "massa" um certo vislumbramento do que trago nesse pequeno comentário. Palavras como cu, buceta, pau, grelo, xinim, piroca, priquito, fenda, bôga, caneco, perseguida, mastro, rôla, neca, rachada, furico, ostra, dentre outros substantivos gloriosos de nossa era, hoje evocados de maneira banal, são e fazem parte de nosso cotidiano movendo-nos talvez de forma infantil ao riso, pois de certo modo ainda não superamos esse tabu que podemos chamar de sexo, trepada, coito, fornicação, rapidinha, etc.
Não esquecendo também espaços como "cinemões", banheiros públicos de terminais, restaurantes, vestiários, becos escuros e dark-rooms santos templos de beijos desconhecidos, lambidas corpo-gráficas e ejaculações efêmeras. Hoje tais lugares, filhos do hedonismo são mal vistos e marginalizados, negados até por seus fiéis frequentadores.
Damasceno.


P.S.: Diante das poucas palavras, posso considerar a sua vinda aqui por causa da foto de divulgação e o título da postagem? Pensemos.

MANIFESTO DE UM MENINO INCONSTANTE, INCOMODADO, ANGUSTIADO, VIADO E AFEMINADO DE CABELOS AZUIS.




Ódio. Não um ódio específico a alguém, mas talvez a uma força. Ódio e repulsa a força sistemática e alienadora da mente, do corpo e da alma que se firma como verdade. Desconforto ao desespero espetaculoso observado de maneira curiosa por este que vos escreve dos muitos eu's que exalam uma deficiência de suprir algum vazio inexplicável porém latente que gera uma angústia e um desespero que incapacita um sorriso, um abraço, sentir-se vivo e potente no mundo ou estar extrovertido e livre de alguma maneira se relacionando com outros (isso também se aplica a este que vos escreve). Repulsa ao congelamento e inatividade diante de acontecimentos que afetem a ética e a justiça e ao nosso posicionamento diante do que vivenciamos cotidianamente no trabalho, ônibus, família, filas de banco, bancos de praça, de madrugada vendo alguém ser assaltado, a inércia de não doar o assento pra alguém, de ver ou ser chamado de viado na rua, de reagir quando a vontade é de partir pra porrada ou ao menos vomitar palavras gritadas e não ficar entalado por dias com o que poderia ter sido dito e não conseguiu, de ver os próprios direitos como ciclista burlados por carros cada vez mais grandes e desrespeitosos e se dar ao direito de dançar bolero de Ravel em cima deles quando isso acontecer. Medo e sede de enfrentar padrões monocromáticos de fardas das altas patentes do poder nacional, estadual, municipal, religioso, tanto como poderes provindos de indivíduos com grande acúmulo de dinheiro e bens de consumo.

O sangue ferve,os olhos lacrimejam e a raiva se acumula em mim como um câncer. Meu corpo repudia não só a um sistema, mas também a um pensamento mantenedor de um estado apático e mórbido de um formato social que é indiferente a toda e qualquer interferência absurda, caótica que venha a prestigiar, elucidar, sublinhar, almejar, propagar, destacar, salientar vínculos afetivos, carinhos, ideias, andar de bicicleta, dançar na rua no meio dia, correr na chuva, jogar pedras em um rio poluído na esperança de algo que não se sabe bem ao certo, apedrejar outdoors de propagandas políticas e mensagens publicitárias, abraçar alguém que não se vê a tempo e que viu a pouco, conseguir sorrir mesmo diante da falta de condições básicas de existência, dividir um pedaço de pão, ver o próprio filho dando os primeiros passos e falando seu nome, ter alguém ao seu lado que te diga: To com você.

Diante de todas essas intempéries quero continuar resistindo.Quero respirar de verdade, quero amar, quero aprender a mandar o guardinha (criatura paga para ficar parada e dizer - não pode!) de algum lugar tomar no cú, Quero gritar até a gargante sangrar. Quero ser viado pintoso no centro da cidade ao meio dia, quero subir em postes e cantar like a virgin, quero ser todo potência, quero ser, apenas ser um e todos, eu quero ser uma força.





Eu ainda sou correnteza
Felipe Damasceno.


Vandalismo



E se com essa lei anti terror todas as pessoas decidirem sair pra manifestar? EU DISSE TODAS. Vão prender todo mundo? Onde caberiam tantas pessoas? Onde caberia uma país inteiro preso por vandalismo? A prisão não passaria a ser aqui fora já que o país ta "preso" la dentro? O lá dentro não se tornaria fora e vice versa? Posso então crer que se o todo for "preso" o todo não sera preso, pois carregará consigo o país para trás das grades. E na minha cabeça ignorante se o todo estiver junto em qualquer lugar, aquele lugar sera sempre o lado de fora. A diferença das prisões é que será um país com sol a vontade e outro com hora para tomar banho de sol. Mas olha o lado bom, pelo menos teremos três refeições diárias.  Eles tem três refeições né?!

Felipe Damasceno



Foto: Pâmela Soares.








O caos?




O que é o caos?
O caos é quando você percebe que onde tinha o tapete esta coberto com uma montanha de roupas sujas.
O caos é quando você escolhe as roupas que estão pelo caminho de sua casa. As roupas ocupam o espaço.
O caos é quando você vai procurar seu pó compacto e se depara com a margarina e o shampoo e uma planta morta no mesmo lugar.

O caos é quando você vê pratos e copos em bancos, poltronas, na cama e até no banheiro ao lado do aparelho sanitário.

O caos é quando você continua regando as plantas mortas achando que vai dar em alguma coisa, na verdade talvez nesse caso não seja mais caos... Talvez apego... Não. Não serei poético. É preguiça mesmo.

O caos é quando você acorda e vê que ao seu lado tem o pneu da sua bicicleta. Por que a sensação de insegurança é tamanha que  não se consegue mais guarda-la do lado de fora e onde quer que se esteja, precisa olhar de cinco em cinco minutos se ela não foi levada.

O caos é ter a coragem de chamar alguém pra esse lugar e aceitar que aquilo tudo é você e não se sentir envergonhado por ter garrafas de cerveja de dois meses atrás no mesmo canto.

O caos é o início e o fim de todas as coisas segundo a teoria do Big Crunch, que alega que tudo ira se contrair e como em um quarto se misturar, no que um dia se dissipou e se separou.

Aceitar o caos é saber existir em meio a desordem. É saber que a desordem também deve ser respeitada. A desordem tem sua ordem e a ordem tem sua desordem.

Quando você aceita a o caos ele não fica tão insuportável como sua mãe insiste em reafirmar toda vez que vê aquilo tomando você e o dominando.

Respiro um caos que não tem a ver com lavar a louça (agora sim estou sendo um pouco poético) mas sim com a maneira inquieta diante a desordem vestida de ordem que o mundo é.





























Felipe Damasceno



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