Crises... O que seriam dos artistas sem elas?




Sinto por vezes a necessidade de entrar em um estado performático constante. Matar as possibilidades de uma aceitação social, amorosa e enfrentar os olhares de estranhamentos. Uma imagem construída, não uma imagem falsa, mas a real imagem que tenho de mim mesmo.

Pra que a realidade? O que ela é mesmo? A realidade me cansa e creio que não só a mim, mas a todos. Um olhar blazê para tudo, como se de fato tudo já tivesse sido inventado, concebido, inaugurado. Ando me sentido um comum. Uma pessoa qualquer, e sobre isso sempre tive problemas. Não me concebi como criatura para ser mais um. Sei bem que tal necessidade, do especial, do único, do exclusivo é em grande maioria senso comum, mas não quero.




Ouço coisas boas a meu respeito e sinto-me traidor. Minto para mim as vezes. Minto sobre essa existência que inventei. Por que inventei isso? Por que não me mantive em um emprego de oito horas por dia com remuneração mensal certificada? Não consigo. É injusto. Sei que posso oferecer na passagem que faço nesse mundo. Crises... O que seriam dos artistas sem elas?

Preciso começar. Preciso de forças. Preciso existir como ser independente. Preciso.









Felipe Damasceno

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