Dez dicas para você ser PHINA.



1 - SIGA EM FRENTE SEMPRE: Não é frase de autoajuda, é literalmente mesmo. Se iniciou uma ação termine-a. Sempre com calma. Ande na rua como se estivesse na abertura da novela INDOMADA. Nada te deterá. Não espere o sinal fechar. Siga, os carros irão parar pra vocês diante de tanto poder e auto confiança.

2 - Evite olhar para os lados e para baixo ao andar. Não seja tosca, pra que olhar pra baixo? Olhe pra frente. O seu caminho esta lá. Para olhar as direções citadas use apenas o globo ocular. Se nos primeiros dias não conseguir use óculos escuros.

3- Jamais. Em hipótese alguma olhe para os degraus de uma escada ao desce-la. Novamente use os óculos escuros para acostumar-se e ocultar seu olhar de desespero e medo de cair e ser motivo de chacota.

4- No mundo existe algo chamado gravidade e mais cedo ou mais tarde ela vai vencer você, por tanto esteja apta a fazer um rolamento ou mesmo uma entrada no chão (termos de dança contemporânea) Não levante-se. Faça algo performático. Arraste-se, diga que é contra o capitalismo, cite um texto de Nelson Rodrigues ou qualquer outro. Seja criativa.

5 - Esteja sempre pronta para uma foto. SEMPRE. Ao entrar em um recinto é crucial que você possa detectar onde estão as câmeras. Evite tirar fotos em celulares anteriores tecnologicamente a smarthphones. Não queira sua imagem difundida em baixa qualidade.

6- Ao notar as câmeras haja como em um comercial de shampoo. Slow. Super slow. Evite expressões nas fotos. Não faça caretas. Relaxe o rosto como se tivesse sido anestesiada(o) e olhe fixamente para a lente, ou para o infinito.Depende  do contexto da foto

7-Sustente o look até o fim. Isso é básico. Se inventou, agora aguente. Jamais saia de um recinto carregando peças de suas próprias roupas, como uma mendiga ou pior, como patricinhas em fim de ano. Mendigos ainda são tendência.

8 - Não seja tão simpática. Simpatia demais a imbeciliza. Seja nojenta de vez em quando, pegue um momento da noite (ou dia) pra olhar com nojo as coisas ao seu redor

9- Não esteja nos lugares.Derive. Plane. É de bom tom estar en passant.

10 - Não saia sem dinheiro na noite.





Damas.





No sexto dia o homem fez deus sua imagem e semelhança.


Não posso crer em um deus que necessite ser adorado constantemente, tão pouco em um deus que pede para que sejamos coitados, lascados, aleijados, pobres, feios, submissos com um olhar voltado ao chão, pois só agindo assim entraremos no reino dos céus. O que tem nesse reino? Me dói ver a cegueira de poucos que me cerca. Não quero soar fanático, como aqueles que gritam nos terminais de ônibus palavras escritas em um livro de centenas de milhares de anos sem sequer ter um olhar crítico e temporal. Sim! Pois eles são  alguma espécie de bactéria que se alastrou pela humanidade, e curiosamente a parte pobre da humanidade adota tudo que saí de suas bocas escancaradas e fétidas como valor de virtude: mais miseráveis, coitados, e devotos.


Todas essa merda gira em torno de uma espécie de sentimento de auto comiseração, dos filmes da sessão da tarde onde o mocinho é: pobre, maltrapilho e honesto e e o vilão: rico, bonito, e esnobe, a senhora de subúrbio que sonha em comprar o seu "barraco" (Ela faz questão de falar barraco, pois é humilde e não quer luxo algum, pois espera que deus a dê). Tudo gira em torna desse processo de moralização da massa em que a auto comiseração é uma grande, senão a maior, virtude. Pois submissos e sem ganância são mais úteis aos que estão no topo pregando a moral e os bons costumes e comendo ostia com café. Quantas vezes foste sincero consigo e com os outros dizendo que sim, estavas bonito? Que fazia algo bem? O que acontece quando assume isso as pessoas? Como elas olham-te? Creio que não tão bem. Agora faça o contrário, seja coitado, humilde. Elas te amarão. Sempre funciona.


Seja temente a deus! Deus castiga! Deus não gosta! É de fato deus que se desagrada com tais erros do homem comum? Esse mortal gosmento que se rasteja por esse planetinha medíocre com dias contados? Que tolo seria eu ao adorar um ditador intergalático. Embrulha-me o estômago ao olhar para uma igreja, para uma matriz, essa que é o centro de todas as coisas, de todas as desculpas para continuar fazendo que se deseja, o que se ambiciona. Controle. Controle. Um castelo de imagens e palavras de um moralismo falido mascaradas de amor ao próximo. Habitat do imundo animal que por vezes é o homem. Uma força, um sistema que leva dona Maria e Seu José a crer que estão fazendo a coisa certa e de que tudo é obra de um ser bom, um ser de luz, um ser impiedoso.


Culpa? Eu não coloquei ele lá. Eu não enfiei pregos em seus punhos.Eu nem sei ao certo se de fato existiu tal ser supremo, mas o que sei é que o que é pregado pelos que consideram-se seus discípulos não é nada do amor e da encantadora beleza das palavras daquele espírito que nós seres medíocres deveríamos ser, a ideia dele era ser humano, mas os porcos precisam comer bem, se vestir bem e amor não da dinheiro. Como posso crer em algo que torna a morte de seu salvador seu símbolo? Que lembra e relembra seu sofrimento como gerador de um sentimento milenar de culpa? Nada mais que uma arma de controle.

Não foi Nietzsche que matou deus (é fato que ele ajudou a enterrar), Não foi o modernismo que matou deus, não foi a ciência que matou deus, não foi a coca cola também, os que mataram deus hoje pregam em seu nome. Esqueceram de fato o que e quem foi Jesus de Nazaré, esse andarilho, filósofo e acima de tudo humano. HUMANO. Não é ele, o deus, que pede isso. Que pede pra que use tais roupas, para que haja de tal forma, para que tenha pudor e para que se espante e recrimine quando alguém fala em sexo. A grande verdade, a minha grande verdade, que também é  de centenas de milhares de outros "pecadores" do mundo é que no sexto dia o homem fez deus sua imagem e semelhança.

25/10/2013 - 16:50 - Foto



Se acoplasse a mim o real conceito de ctrl c + ctrl v, talvez estivesse nadando em dinheiro. Porém ando em estado de hibernação e não sei quando vou acordar.

A mente humana gosta de repetir, reviver, porém nem sempre tem consciência que a segunda dose não é tão fabulosa como a primeira. Anda-se vivendo as segundas terceiras e vigésimas doses buscando desesperadamente a potência da primeira.


Eu sou uma cópia. Uma projeção borrada de um eu impotente.

POEMINHA.


Choveu.
Sinto-me chovida, chovada, chovosa, chovista, chovasta, cho... Vá! Pois que chova, chova!

Uma chuva de trocadilhos baratos.
Chuva de trocadilhos idiotas.
Chuva de conceitos vagos e desnecessários.
Chuva de nada, em pensamento e ação.
Chuva de coragem é que se precisa os homens de cabeça grande. Eu preciso de coragem de fazer chover. Nem que seja na casa do caralho.

Ando perdendo o juízo.






Queda

Ando perdendo o juízo. Ando perdido. Ando sorrindo. Ando fingindo. Ando na beira de um abismo, tentado a despencar e ser leve para sempre, o infinito do tempo de uma queda.
Ser eterno dentro da eternidade de minha queda.

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E se as cadeiras dos ônibus fossem viradas uma de frente para outra? Não teria como impedir que alguém sentasse próximo, pois é bem verdade que as cadeiras voltadas para a frente, para o destino,para o futuro simplifica a minha necessidade de isolamento social. Colocar a bolsa na cadeira ao lado é impedir uma companhia, tira-la, torna-se um convite. Um chamado.


Quando não se consegue impedir. É quase como se entrasse em minha casa sem minha permissão. É invasivo, pelo menos nos primeiros segundos, naquele momento em que a pessoa se ajeita,depois viro pra janela e pronto. Ela, a cadeira, continua vazia...Para mim.







Tumba

De um despertar transtornado,me percebo calmo e em silêncio. Como uma tumba recentemente fechada, lacrando um corpo que se foi e um alguém que não mais esta ali. Eu achei que as coisas poderiam ser diferentes,que poderiam mudar,mas não. O ponteiro sempre vai passar pelos mesmos números no relógio.




Dormir.

Não quero dormir, não quero apagar para reiniciar.Quero prosseguir. Dormir me cansa, como se perdesse tempo de vida. Quero poder estar com os olhos abertos para ver tudo, presenciar tudo. O fim e o começo do silêncio,a perda e a ausência de uma paz que me falta, mas que há na madrugada.

Me procurei em você, lembrei das brigas e do meu franzir na testa.Lembrei que ainda te amo, mas temo me aproximar. Temo um mundo de coisas.Temer constante. Medo de minhas sombras. Medo de sair. Medo de tocar e de tentar. Voltando a você... Não dói tanto, mas dói ainda.Evitar para mim é a melhor escolha. Evito riscos, certos riscos. Gosto de riscos... Certos riscos. Meu coração é tão vivo e tão grande que preciso de uma bruma densa e sombria para não sufocar os que estão perto dele. E com isso vou tentando me tornar humano, menos frio e mais aquecido,mesmo que seja com a ajuda de meu microondas e minha cafeteira.Estou calmo agora, estou em silêncio olhando para o teto e lembrando de meu futuro, sonhando acordado, pois parecem ser mais reais que os sonhos dormidos esquecidos no dia seguinte.

20:42 / 13.10.2013



Ah! Caros avatares.O que se sabe de uma vida? O que se sabe é que hoje se sou algo que anteriormente negava ferrenhamente. Percebo nada. Nada vejo. Nem sei se algo sou. Sim, crises e talvez desimportantes para você caro leitor,mas o que me resta nessa vida é escrever aqui, fotografar-me aqui como maneira de existência. Não existência artística, nem sei se fui algum artista,talvez. O que sei é que ao chegar em casa prepararei meus hambúrguer eme conectarei amigos,na verdade amigos não. Pessoas que se afeiçoaram essa imagem criada.




Um buraco e uma ânsia de algo que nem se quer sei me toma por completo. Não há de fato palavras para descrever isso tudo,talvez seja cansaço de um dia voltado para o sistema. Talvez ver a felicidade se lambuzando diante de mim. Talvez seja a fome de um dia comendo. A insatisfação de minha própria existência, essa existência que se arrastará até os dias de morte. Não sei nem se quer se digo algo coerente para você caro leitor, na verdade eu não sei se algum dia disse algo.Sobre mim recai toda uma força escura, um rancor, uma raiva, um nojo não só do que me cerca como de meu espelho amado. Não sei se sou eu mesmo.Não sei se finjo. Não gosto de mim. Não gosto de como reajo. Não sinto vontade de dançar,de fazer vídeo,de fazer arte, da porra que seja. Ando não acreditando em mais nada.Nem espetáculo, performance,lutas, manifestos... NADA. Nada é o que me restou a ser, e sem nem se quer ter tentado ser alguma coisa. Perdoe-me a ausência de flores,de palavras graciosas,de piadinhas e de assuntos populares. Sou azedo, sou irônico, sou chato e eu também não gosto de ser assim. Não sei como ser outra coisa além disso, não consigo. Sabe quando você tem a necessidade de fazer algo, mas não sabe o que? NÃO SEI. NÃO SINTO. ME SINTO MORTO.MORTO.MORTO.




ABSOLUTAMENTE MORTO.

Posts.

Paixão é planta imunda que nasce em meio a merda que se é enquanto ser e suga tudo de ruim que se tem no peito. Quando morre, apodrece a alma e amarga os Olhos. Coração infértil e seco, rachado pelo que se imaginou de alguém que se teve por tempo breve ou que nunca se teve.

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Existem certas crenças que respiram em mim. Crenças e defesas. Defesas de mim e de um mundo ríspido e ácido, crença no outro como apaziguamento de um eu perturbado e angustiado. Ter a paz interna de apreciar a própria respiração, poder fechar os olhos devagar e ver as coisas escurecendo. Sem medo, vivo.






Felipe Damasceno.


Devaneios facebokianos do dia.



É realmente questionador como um espécime como eu possa chamar a atenção de pessoas comuns na rua e faze-las olhar mais de uma vez. É isso ou a minha afinidade pelo narcisismo pós internet e esse egocentrismo latente me pregando peças.


Suspensão. Ao ouvi-la me vem em mente uma parábola, uma crescente e logo em seguida uma queda brusca para uma plano anterior. O ápice da parábola foi uma mentira, fui tomado pelo meu enorme apreço por coisas surreais, oníricas e virtuais.
Creio estar de volta ao plano anterior.



A efemeridade nunca devia ter escapado dos braços da moda. Ela nunca deveria ter invadido o mundo das relações. Agora ela cresceu, é adulta e tomou conta de um mundo inteiro.


Gritei mil vezes fim, renascendo com meu exibicionismo, minhas botas e meu glitter no rosto.

Por que amanhã tem que chegar logo


Ontem eu chorei. hoje eu chorei e tive dor no peito. agora sorriu, depois choro de novo. depois gozo. Depois vomito. Depois cuspo. Depois beijo. Bêbado, angustiado, sozinho e sério. Exoesqueleto sim.
copo descartável. Coca-cola. Uma camisinha. Bola de chiclete. Bolha de sabão. Fones de ouvido.

OS IDIOTAS VEEM PERFORMANCE, ARTE. Eu vejo as vidinhas medíocres de cada um incluindo a minha.

Arte torna-se um pretexto para alcançar a glória. Isso não é ruim não ta. É massa. Eu assumo.


Felipe Damasceno.
"Por que amanhã tem que chegar logo"



Artista-antena existe?



Ética. Bem, obviamente o que direi aqui esta descontextualizado como forma de proteção. Mas...

Fui ético tantas vezes e o que ganhei com isso? Bem alguns outros próximos não se preocuparam quando disse que aquilo me machucava, mesmo sendo de forma indireta, Então? É claro que isso não ocorre de forma constante, mas me questiono: Por que tenho que ser bonzinho sempre? Tenho que ser bonzinho sempre? Não que eu seja. Quem é bonzinho o tempo todo, como todos nós bem sabemos, sempre toma no cu, e não é da forma legal,  e refletindo sobre todas essas coisas penso que devo sim exercitar o NÃO e o egoísmo. Isso claro no meu caso, você querido que lê isso faça o que achar melhor, ou o que disseram pra você achar, ou que inconscientemente você acredita, mas deve sim ser lembrado que para algo entrar em algum canto, alguém tem que facilitar, alguém tem que abrir a porta e a porta não pode ser aberta por você, você faz a recepção.

Ética... O que é mesmo isso? No colégio nunca soube ao certo o que significava, na verdade nos tempos de colégio só queria saber de chegar em casa e assistir meus desenhos. Continuo querendo chegar em casa hoje em dia, mas a diferença é que estou nela e nunca chego. Voltando a ética, sempre que se perguntava sobre ela, via como um mistério, era algo grande demais para que pudesse compreender. Compreendia que era algo que regia algo de algum modo,mas não sabia de que forma e como. A verdade é que ainda hoje não sei o que ela é. Mas sempre me vem a palavra altruísmo quando penso nela, e de certa forma a exército. Mas penso que seja covardia mesmo, covardia de querer aquilo por que simplesmente se quer e o outro me olhar com juízos e me acusar de egoísmo. A grande verdade é que sinto que fingimos viver, fingimos sentir, e fingimos amar. Tudo me soa teatral, interpretado, simulado, até eu mesmo. Será que acho isso de mim, e, presunçosamente, penso que seja um mal do mundo? Será que isso de se colocar como artista-antena existe? Será que estou louco? Que o que sinto que é comum, nada mais é do que um egocentrismo? E se for por que isso faz me sentir mal? Por que ser presunçoso é ruim? Sei que fujo um pouco da linha de raciocínio, na verdade sempre fujo mesmo, não sou nada coerente.


Pensemos, ou não. Acho que bater na mesma tecla é sim cansativo. Cansa e me entristece parecer carregar sempre as mesmas questões e espinhos pra todo mundo ver, ler, ouvir. As vezes faço isso por que sinto que ninguém viu, leu ou ouviu, estão fingindo. Todos estão fingindo. Ou seria eu que finjo estar vivendo? Finjo olhar pro mundo e ver o mundo? Finjo olhar pro entorno e ver o entorno? Finjo olhar para mim e ver uma pessoa?  Que engraçado, passei minha vida toda fugindo do ar comum que essa palavra carrega. PESSOA. é ínfimo, pequeno, insignificante, pode ser qualquer um e alguém que é ninguém. Comum... Essa palavra me causa embrulho é nojento e tosco, mas não tanto embrulho quanto: É o jeito!

Não sei como dar fim, então é isso.





Felipe Damasceno







Escritos da semana.



1
O que tenho?
Pobre de mim, eu, humilde criatura. O que tenho é a mim mesmo, meu computador e devaneios inúteis.
Ah claro ! E Voces... Artistazinhos cults idiotas que se acham grande merda.
Curtam sua estadia nesse planeta, divindades supremas. 


amargo, ácido e divertido.



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2
A arte se tornará a contemplação da vida cotidiana. Creio que não haverá mais o conceito de apresentação ou espetáculo.

Ou seja, não haverá, segundo esse pensamento, a ritualização de unir pessoas para ver algo. Essa coisa acontece e quem estiver por perto verá e pronto.

Não sei se ainda acredito nisso, rs.

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3
Sustente a macacada que você chama de arte, Sustente até o fim, as pessoas virão e irão falar mal, lhe chamar de ridícula, palhaça, perturbada, que não entende de dramaturgia, que é preguiçosa, que precisa ler mais e que quando mais novo não mamou nos peito da mãe , mas mesmo assim mantenha seu ideal, não por orgulho, mas por que você acha que aquela putaria/ilógica/desconexa e na sua cabeça (apenas na sua cabeça) vanguardista e atemporal é digna de algum respeito. Quando você vê... Estarão todos lhe olhando com respeito.

Felipe Damasceno.
"Por que todo miojo precisa de tempo pra ficar ao menos digestivo e suportável"


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Sagração as Fast Food - Mostra Arte Caseira - Itapipoca


Release:

Mídia. Sociedade de consumo. Mass Media. Media, (que origina-se do latim um termo derivado do latim medium, meio e media, meios). Os meios de comunicação como meio entre os homens.
Como o corpo reage a todas as influencias midiáticas que o nosso tempo nos trás?
O que pode ser considerado meu, tendo em vista todas as imagens e discursos que me bombardeiam constantemente? É importante algo ser meu em uma sociedade marcada pela conectividade?

O tempo do excesso é o que vivemos, tempos do rápido e descartável, onde o homem se vê cercado pela hegemonia da mídia e da sua indiscutível existência como meio entre o homem e a sua maneira de comportar-se socialmente. A partir de um outro olhar para o cotidiano e a corporeidade do homem contemporâneo afetado por todo esse aparato tecnológico midiático, o trabalho tenta trazer no corpo essas informações dissecando-as, desgastando-as, ritualizando-as.



Processo:




Apresentação no ESPAÇO ARTELARIA:

Fotografia: Tayana Tavares.





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Olha só! É um menino e com muita saúde. Que glória.


E assim nasço. Como cria tua meu senhor. Serei-lhe fiel até os tempos dizerem-me o contrário.

Fragmentos.







Qual o sabor do nada?


Esse pós modernismo não deixa concentrar-me em livro ou filme qualquer. A esmo em pedaços de filmes e trechos de livros pdf. Vagando mentalmente em coisas inúteis e uteis a um alguém qualquer que presumo ser. Não sei o que falo ou faço, não sei tão pouco se coloquei açúcar no café, o que sei é que quero que passe logo, que siga, não crendo no amanhã como salvação, mas que apenas passe.

O amanhã é mais importante. Desisti de que amanhã iria ser melhor, mas o ato da passagem alivia, como dorflex. Quando o hoje acaba, quando o agora acaba tem o novo. O novo é legal, por que é desconhecido, por isso é bom mudar de caminhos, mas muitos querem o novo com o conforto do conhecido, dai a crise.

Abro os olhos e é o mesmo que estar com eles fechados, a escuridão que cobria meu olhar se torna escuridão de ideias, de imagens, por que da necessidade de saber o que vai acontecer? Por que da necessidade de ter um sentido? e se sei que o sentido é desnecessário, por que sofrer por sua inexistência? Que confusa é a mente humana, que tola, que desconexa. Somos tão primitivos. Tão toscos.

Sem paciência para você que me lê e para mim mesmo. És um tolo se achas que falo de mim, poucas as vezes o faço. Me coloco como antena, apta a erros e acertos, transcrevo aqui o que possivelmente seja um sentimento seu também, ou não.

A originalidade é a lei e a pressa nosso guia.


Desejo de conquista.


Pensei na desistência de uma vida, nas quedas e nesse reerguer constante. Pensei na existência de uma vida vazia, pensei em mim, pensei no que poderia tornar-se real e no que poderia ter sido feito dentro do possível, ambas são a mesma coisa. Verborragia. Infinitude. Desejo de conquista. 

Em um olhar parado e morto me contemplo diante de mim. Eu simulacro. Eu auto imagem distorcida e revertida em um tempo que me soa primitivo. Uma imagem erguida com tijolos de criança indefesa e idiota. E no sonho eterno de ser coroado pelos que me cercam, perco-me, alucino-me, desprendo-me da realidade e espero. Insatisfeito com o tempo da espera... Espero. Espero que esse eu que vive em mim exploda e abocanhe cada ser que se aproxima de mim, como um vírus, como uma bactéria.

Na geladeira.



Oh céus, que faço eu? Não sei se como, se durmo, se vou ou se fico. Não sei se me deito e conto os momentos frustantes da vida, ou se penso na novela e no dia de trabalho amanhã. O que faço diante da geladeira? Como vim até aqui? Mas já que vim... Pra que preciso dela? Deus! Como sou inconstante e desapercebido das coisas do mundo, como poderia eu ter vindo parar aqui? Uma ausência de memória repentina me ceifou a lucidez da existência e percurso de poucos metros de distância de onde estava para onde estou? Um salto quântico? Talvez seja o mundo das sombras que Platão tanto dizia? Onde esta esse das idéias?
O que são tais idéias perfeitas que me assolam? Que assolam os reis? Emfim, por que vim até aqui? Me refiro a geladeira. Falo da GELADEIRA. Ok! Vamos por parte. A geladeira é pra manter as coisas conservadas, frias e de preferencia úteis para mim de alguma forma, eu abro-a quando necessário e retiro o que dela me interessa. Depois fecho-a. Simples. Mas sempre me pergunto no que acontece quando eu fecho  geladeira, ou um armário. Será que as coisas permanecem ali tais como as deixei? Será que não são levadas para outro lugar? Como um buraco negro? E se essas coisas "mortas" estiverem vivas? Se elas pensarem? Tiverem vontade própria? Deus! Que cruel sou, eu as como. Mas quem sou eu, reles criatura faminta e egoísta para impedi-las de, por exemplo, saírem da geladeira? Irem até o microondas nas férias, ou no fogão elétrico? Visitar seus companheiros no armário? Correrem livres pela casa. Não me levem a sério, vegetais e condimentos industrializados não tem vontade própria. Tem como utilidade unica serem comidos.

Ainda estou diante dela. Ainda tenho mil vontades e mil indecisões. Como indeciso posso ser diante de tantas coisas que me são ofertadas pelo mundo? Tenho tudo. tenho pão, tenho café, tenho até leite condensado e um cigarro amassado, que mais iria querer no mundo lá fora? Por que essa fome? Fome de sair? Fome de comida? Fome de gente? Fome de sexo? Fome de amor? Fome de amizade colorida? Fome de tantas coisas que se ditas perdem a graça de se ter fome. Pois só se tem fome quando o estômago esta vazio. Óbvio. Por que iria querer mais do que meu estômago suporta? Que maluquice né?!

Sempre me perguntei por que pra dormir tem que se fechar os olhos. Seria biologicamente incorreto, tendo em vista que para a perpetuação da espécie, dormir de olhos fechados facilita os predadores de nos pegarem, né não?! Eu só tenho sono nas horas mais chatas, que é quando eu não quero e não posso dormir, confesso que acho chato dormir, fica de olho fechado, não ver as coisas acontecendo, não poder participar. Ai eu lembro da geladeira de novo, será que eles não saem por que estão dormindo? Estão dormindo? Várias vezes eu deixei a geladeira aberta e eles continuarão lá. Talvez seja como aquela estória de elefantes de circo, é assim: Quando jovens são amarrados em um pino de ferro resistente, pois se agitam muito por estarem e passarem o tempo todo presos, já mais velhos o pino é mais frágil, de madeira, pois estão velhos e já se acostumaram com aquilo tudo lá. Legal né? Fiquei me perguntando pra que eles trocaram os pinos? Poucos pinos? Nem sei se esta estória é verdadeira, eu vi em algum lugar, acho que em um desenho animado. Achei que fosse verdade ai contei, rs!.

Ai! quero correr. Sabe aquela vontade de correr e tacar o cu na pista até ralar todinho? Pois é! As vezes da essa vontade, não sei por que. Por que teria vontade de sair correndo? De tacar o cu na pista? Qual o sentido disso? Humano inconstante. Me deu sono. Acho que vou dormir. Tchau!




Felipe Damasceno


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