Da necessidade dos Povos.


Da necessidade dos Povos, dessa necessidade de ter, de possuir, de comer. Da necessidade de se fundir e de se tornar um. Trocar de fluídos. Primórdios de um eu morto. E de repente ascendemos em forma de luz ao mais absoluto nada. Grande nada esse que é o todo. O nada de nossas existências, o nada do amanhã, que forma o todo, que me forma, que forma você, que forma tudo. Cada ponto de luz é algo que se perdeu de nós. Cada brilho distante é um lugar e tempo precisos demais para minha pobre compreensão do que seja esse grande nada... Ou todo.

Com fazer para ferir as paredes dessa grande bola oca que estou aprisionado?  Estamos. Quanto mais perto me aproximo mais distante vai ficando, como o mais nobre sentimento dos homens. Quando o fim estiver próximo e não mais estiver aqui serei um átomo. Seremos juntos. Talvez essa seja a única maneira para tornarmo-nos esse um. A morte, o fim. Por que essa conectividade é a única coisa que nos resta de humano. É essa conexão que nos faz respirar, essa conexão que nos alimenta, que nos mata. E a essa conexão damos o nosso maior desprezo. Medo. O medo guia tudo isso que se alastra pelo horizonte sem fim. O medo guia as minhas e as suas ações para a mais absoluta precisa, exata, concreta, petrificada, dura e imutável racionalidade.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog