Não sou só eu que quer aparecer. Assuma você também!

             O que marca esses tempos da informação, se não o fato de podermos falar como estamos nos sentindo?              Fabuloso. 

            Não se precisa mais preocupar-se com o pagamento do analista, afinal, blog, Facebook e o falecido Orkut substituem muito bem aquela criatura blazê que nos olha por cima dos óculos como se fossemos doidos.                                                                                                                                                                                                                                          
Até algum tempo atrás o ato de falar de si para alguém era pouco realizado, senão evitado, onde com o advento de Freud e a psicanálise ocorreu um rompimento nesse paradigma.  Além da existência de assuntos intocáveis, existia aquelas pessoas que tinha problemas que com uma conversa poderia se resolver


             Pensando mais especificamente no Facebook, devido a sua instantaneidade e sua dinamicidade, ocorre que existe uma necessidade de informar, publicar e noticiar o que se esta fazendo e pensando, mas nem sempre se evidencia por completo o real motivo do que se esta publicando. Não se diz de fato que não te ama mais, o que aconteceu para você estar com raiva ou quais os motivos reais de sua tristeza, apenas que se esta triste ou que se decepcionou no amor, etc. 
            Mas qual a relevância disto meu deus?! Enfim. 

            De novo volto a repetir que vivemos tempos de narciso, tempos em que o ato de mostrar tornou-se um ponto muito relevante no ato de socializar-se. De ver-se, não só no sentido de imagem, mas em textos, vídeos e toda possibilidade de se expressar. Expressa-se, mas nem sempre se estabelece um diálogo. Compartilha imagens de protesto e manifestações, mas não comparece. Digo algo por uma necessidade de expressar-me e pronto, nada mais. E trago isso tudo, obviamente inserindo-me nisso. Não pense você que por estar escrevendo isso me excluo dessas características.

            Tudo isso me faz trazer o termo (realmente não vejo outra palavra melhor aplicada a esse fenômeno) autismo social, uma metáfora aplicada devido ao fato de que no autismo não se tem consciência de que exista uma exterioridade, ou seja, o autista não identifica o mundo em seu entorno, tendo para si apenas a sua existência. Mas no caso da sociedade, acredito que não seja realmente por não ter consciência do outro, vejo mesmo como resultado de tempos acelerados onde a informação deve ser consumida os ofícios cotidianos realizados com o menos prazo possível. 

              Isso nos leva a facebookianamente falando nos expressar de maneira enigmática, não dando todas as informações no status. Apenas um aperitivo de intimidade com aquele que posta. Acho que também tem que se leva em consideração o fato de a maioria dos meus amigos serem ou pretendem-se ser artistas, ou seja, enigmas são atualmente (atualmente não, isso é tudo culpa do Duchamp.Mictório maldito.) uma das maneiras mais utilizadas de se fazer arte. 



                  

                Agora viajei.



                                                    Felipe Damasceno

Um comentário:

Unknown disse...

louco damasceno gostei

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