Precisamos conviver mais, estar perto das pessoas... Mas me deixa sozinho tá!

Hoje no supermercado me encontrei com uma vizinha e entramos na mesma fila. Ela não conversou comigo e eu muito menos. Não temos nada em comum. Quando nos vemos sinto um impulso, de ambas as partes, quase que forçado de levantar as sobrancelhas em um sinal de comunicação. Parece que há um enorme desconforto em dizer oi. E isso é de ambas as partes.

Esperando o ônibus, como de costume atrasado, percebi que conhecia todas as pessoas que ali esperavam  ônibus, mas ninguém se falava, nem sequer um boa noite. O ônibus chegou e ao subir desejei  um baixo e engasgado, boa noite. Atitude essa que não deu em nada. Fiquei me perguntando se não foi escutado ou se de fato esse boa noite não quis ser respondido..

E quando você encontra amigos antigos, de infância ou  que não tem mais contato, e fica aquela situação constrangedora de retomar toda a intimidade como se o tempo de separação não estivesse existido. Você só pode se apegar ao passado e perguntar se aquela pessoa se lembra de tal ou de tal coisa, isso claro depois de fazer as perguntas óbvias:

Como você esta?
Ta morando onde?
Ta namorando?
Ta trabalhando?
Dentre outras que agora me fogem a memória.

Sendo que o silêncio, aquele que ambos lutam para não se instalar, continua a persegui-los entre cada pergunta e resposta dada. Até que finalmente ele vence e ambos sentem-se (as vezes) o alívio de irem embora e não se sentirem obrigados a puxar conversas com um conhecido deslocado de seu cotidiano, que não chega a ser um desconhecido, mas alguém que não lhe conhece mais, exceto por saber seu nome e lembrar de algumas coisas vividas juntas.

E o que faço com tudo isso...Eu faço um trabalho emotivo, delicado, amoroso e cheio de flores virtuais. E continuo offline do Facebook e correndo das pessoas que conheço quando as vejo na rua. Como gosto de pessoas, como amo conviver, como me sinto só. Paradoxal.. não?!

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